ESCOLAS QUE CONTRIBUÍRAM PARA O DESENVOLVIMENTO DA CONTABILIDADE Dentre as escolas ou doutrinarias que surgiram no período de desenvolvimento da contabilidade, destacam se as seguintes: Escola Contista; Lombarda; Personalista; Controlista; Norte-americana; Patrimonialista, entre outras. PUBLICIDADE Quais são as escolas que surgiram no desevolvimento da Contabilidade? PUBLICIDADE 1. Escola Contista A escola contista foi a primeira corrente de pensamento contábil. Seu surgimento está relacionado aos estudos feitos pelos expositores do método de Partidas Dobradas. Para os criadores da escola contista, a preocupação central da contabilidade era com o processo de escrituração e com as técnicas de registro através das contas. Em 1795, foi divulgada a chamada “teoria das cinco contas”, baseada em estudo realizado em 1675 por Jacques Savary sobre a teoria geral das contas. As cinco contas seriam: mercadoria, dinheiro, contas a receber, contas a pagar e lucros e perdas. Este esquema de cinco contas, deu lugar ao surgimento de um Livro Diário/Razão de 6 colunas, no qual constavam ainda colunas para a data, detalhes, total, etc. Mais tarde, com o surgimento das sociedades com mais de um capitalista, criou-se a conta capital, considerada pelos contistas como uma dívida da empresa para com o capitalista. Os principais personagens do contismo foram: Fibonacci, Pegolotti, Pietra, Flori, Degranges, sendo que os mais destacados foram Cotrugli e Frei Luca Pacioli. PUBLICIDADE 2. Escola Administrativa/ Escola Lombarda A Escola Lombarda, também conhecida como Escola Administrativa, foi uma corrente de pensamento na área da contabilidade que surgiu em 1840 com a publicação do livro “La contabilità applicata alle amministrazioni private e pubbliche” (A contabilidade aplicada às administrações privadas e públicas), escrito por Francesco Villa. Villa foi o principal representante dessa escola de contabilidade, juntamente com Antonio Tonzig. A Escola Lombarda defendia que o principal objetivo da contabilidade era a administração das entidades. Eles acreditavam que a contabilidade deveria ser utilizada como uma ferramenta para auxiliar na gestão e tomada de decisões das organizações. Para isso, propunham o desenvolvimento de métodos e técnicas contábeis que permitissem um controle eficiente dos recursos e uma análise precisa dos resultados. Uma das principais contribuições da Escola Lombarda foi a ênfase dada à importância do registro sistemático das transações financeiras. Eles defendiam que todas as operações econômicas deveriam ser registradas de forma detalhada e organizada, permitindo assim um acompanhamento preciso das receitas, despesas, ativos e passivos das entidades. Além disso, a Escola Lombarda também enfatizava a necessidade de relatórios contábeis claros e compreensíveis. Eles defendiam que os relatórios financeiros deveriam ser elaborados de forma a fornecer informações relevantes e úteis para os gestores e demais usuários da informação contábil. Essa abordagem tinha como objetivo facilitar a interpretação dos dados contábeis e auxiliar na tomada de decisões. Outro aspecto importante da Escola Lombarda era a busca pela padronização dos métodos contábeis. Eles defendiam a adoção de princípios e normas contábeis comuns, de forma a garantir a comparabilidade das informações contábeis entre diferentes entidades. Essa padronização permitiria uma análise mais precisa e confiável dos resultados e situação financeira das organizações. A Escola Lombarda teve uma influência significativa no desenvolvimento da contabilidade na Itália e em outros países europeus. Suas ideias e princípios foram incorporados em diversas legislações contábeis e influenciaram a prática contábil ao longo do tempo. PUBLICIDADE 3. Escola Personalista A escola do personalismo contábil surgiu como uma reação ao contismo durante a segunda metade do século XIX, especificamente em 1867. O contismo era uma abordagem contábil que tratava as contas como meros registros numéricos, sem atribuir personalidade ou significado às mesmas. Em contrapartida, o personalismo buscava dar personalidade às contas, a fim de explicar as relações de direitos e obrigações. O conceito de dar às contas qualidades humanas remonta aos criadores do método de partidas dobradas, que serve de base à contabilidade contemporânea. No entanto, esta personificação não foi vista como uma teoria científica; em vez disso, foi um dispositivo implementado pelos autores para elucidar o funcionamento das contas. Os teóricos personalistas argumentavam que as contas deveriam ser disponibilizadas tanto para pessoas físicas como jurídicas – isto é, para pessoas físicas reais. Esta abordagem garantiu que os débitos e créditos nas contas representassem o “ter” e o “dever” das pessoas para quem foram criados. Essa abordagem permitia uma compreensão mais clara das transações e dos relacionamentos entre as partes envolvidas. Francesco Marchi (1822-1871) é reconhecido como um dos pioneiros da teoria do personalismo contábil. Ele defendeu fortemente a necessidade de atribuir personalidade às contas e argumentou que este era um elemento crucial para alcançar práticas contábeis precisas e confiáveis. O impacto do personalismo contabilístico no desenvolvimento da teoria e prática contabilística não pode ser subestimado. Esta escola deu grande importância à individualidade das contas, levando a uma compreensão mais abrangente das ligações financeiras e económicas entre as partes envolvidas na contabilidade. Além disso, os princípios do personalismo também impactaram a forma como as demonstrações financeiras são formuladas e apresentadas, com o objetivo de representar com mais precisão a situação financeira das organizações. PUBLICIDADE 4. Escola Controlista A escola controlista, também conhecida como escola veneziana, surgiu com a publicação de “La Ragioneria” no ano de 1880 por Fabio Besta. Essa escola contábil teve como principais defensores Vittorio Alfieri, Carlo Ghidiglia, Pietro Rigobon e Pietro D’Alvise. A escola controlista defendia que o objetivo da contabilidade era o controle das empresas. De acordo com os controlistas, a contabilidade tinha a função de fornecer informações para o controle e gestão das organizações. Eles acreditavam que a escrituração contábil deveria ser utilizada como uma ferramenta de controle interno, permitindo aos gestores monitorar as atividades da empresa e tomar decisões com base em informações precisas e confiáveis. A escola controlista considerava-se responsável pelo registro contábil nos momentos da administração econômica e sua efetivação por meio da escrituração. Eles defendiam que a contabilidade deveria ser organizada de forma sistemática e padronizada, seguindo princípios e critérios estabelecidos. Uma das contribuições mais importantes da escola controlista foi a ênfase dada ao método das partidas dobradas. Eles reconheceram a importância desse método para garantir a exatidão e a integridade dos registros contábeis. O método